2018 é o ano de maior conflitos por água já registrado no Brasil

Na próxima sexta-feira dia 12 de abril a CPT (Comissão Pastoral da Terra) lançará sua publicação anual – Conflitos no Campo Brasil 2018. Trata-se da 34ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, neles inclusos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais.

De antemão, a CPT apontou que o relatório mostra que 2018 é o ano com o maior número de conflitos por água desde que a CPT começou o registro em separado dos conflitos por terra no ano de 2002. 73.693 famílias estão envolvidas nesses 276 conflitos por água; 85% delas são comunidades tradicionais. O número de conflitos é 40% maior do que em 2017 e o de famílias envolvidas, 108% maior.

Foram registradas também 2.307 famílias expulsas do território. Esse número é 59% maior que o de 2017. Para a metodologia da CPT, expulsão é o ato de retirar da terra seus ocupantes, sem ordem judicial (despejo). Nesses casos, os responsáveis pela expulsão são, geralmente, fazendeiro, empresários, o su­posto dono que, por conta própria, obriga as famílias a sair, principalmente através da pressão de jagunços e, muitas vezes, com a par­ticipação ilegal da própria polícia. Em grande parte, a expulsão se dá em terras griladas.

O Olhar de Classe tem amplificado as denúncias de violações e atentados contra a vida no campo. Os assassinatos seguem recorrentes, a exemplo do ataque por pistoleiros em São Domingos (AM) no Estado do Acre que assassinou a liderança Nemis Machado de Oliveira (50 anos) e deixou parte de seu corpo queimado.

Reforçamos também o convite para o lançamento do relatório, que se dará no dia 12 de abril em Brasília, na sede da CNBB, conforme informações que podem ser conferidas no link original da matéria (ver aqui).

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